Apresentação do 1º volume da coleção «Poetas da Freguesia do Arrabal»
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Apresentação do livro Querido Poema, vem até mim
Realizou-se, na sede do Rancho Folclórico do Freixial, a apresentação do livro Querido Poema, vem até mim, da autoria de Eulália Brites.
O coordenador editorial, André Camponês, adianta que se trata de uma obra composta por cem poemas «que dão conta de diferentes fases da vida da autora e que constituem uma forma de transposição autobiográfica de sentimentos e emoções intensamente vividos. Constituem áreas temáticas de particular relevo a família, a fé e o amor, basilares na construção do «eu poético». Para além dos referidos temas, a autora não é indiferente à realidade social, económica e política, não se coibindo de apontar de forma crítica as misérias deste mundo, concluindo, invariavelmente, com uma nota de esperança». Com a chancela da Textiverso, em parceria com o mensário Notícias do Arrabal e o Museu Etnográfico do Freixial, esta obra constitui o primeiro volume da coleção «Poetas da Freguesia do Arrabal» que tem como objetivo dar a conhecer e promover o trabalho dos poetas arrabalenses.
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Apresentação do livro Teatro no Bairro, de Ana Cristina Luz
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Decorreu no passado dia 3 de Maio a apresentação de Teatro no Bairro, de Ana Cristina Luz. A sessão teve lugar durante as comemorações do centenário da Fábrica Maceira-Liz, do Grupo Secil.
Citamos as palavras de André Camponês:
«Através da consulta e sistematização de diferentes fontes documentais , este livro cumpre, em nosso entender, uma dupla função: um contributo para o conhecimento e/ou reconhecimento aprofundados da identidade local, em particular a de todos os antigos funcionários da empresa (SECIL Maceira-Lis), conferindo-lhe um valor heurístico que as gerações vindouras saberão ler e apreciar, e honra o legado familiar da investigadora que esteve associado a esta indústria secular.
Inserido no Projeto (I)materialidades: Etnografia e Património, designadamente à linha editorial «Memória e Património», o presente estudo divulga, promove e salvaguarda o património da comunidade e enriquece a herança cultural e a memória, conceitos fundamentais para a compreensão e definição dos valores de pertença e identidade das sociedades contemporâneas.
A editora Textiverso felicita a autora pelo zeloso trabalho de preservação e promoção do património da região.»
(André Camponês, Coordenador do Projeto (I)materialidades: Etnografia e Património e membro do Conselho Editorial da Textiverso)
Revista Dobra: Abril 2023: desdobramento de homenagem a Manuel António Pina (80º aniversário)
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Consulte aqui o desdobramento de homenagem ao Poeta de Todas as Palavras
Rachaduras na página: notas para uma segunda infância
Paloma Roriz (PUC-Rio. FAPERJ)
A poesia entre o infinitamente grande e o infinitamente pequeno
Thiago Bitencourt de Queiroz (USP)
Em volta do poema «A poesia vai». Manuel António Pina e a pedagogia do literário.
Rita Basílio (NOVA-FCSH. IELT)
Um dicionário provisório de todas as palavras
Vincenzo Russo (Universidade de Milão)
Conversa de Paola Poma com Álvaro Magalhães
Álvaro Magalhães (Escritor)
Insubstanciais seres na língua do vento
Maria Cristina Martins (Poeta. UFRJ)
Manuel António Pina: uma voz, muitas vozes
Mariane Tavares (Unicamp)
Saudades de Manuel António Pina
Manuel Alberto Valente (Jornalista, cronista)
As mil portas de Manuel António Pina
Danilo Bueno (USP, FFLCH/DLCV)
Manuel António Pina, um cisne (ainda mais) tenebroso
Ederval Fernandes Amorim (FCSH)
A própria vida, essa estranha / notas entremeadas a um poema de Pina
Tarso de Melo (Poeta e ensaísta)
Celebrar o poeta no Porto com gente
Manuela Matos Monteiro | João Lafuente
Seis poemas novos
Leonardo Gandolfi (USP. Poeta)
Onde estás agora?
Jorge Sousa Braga (Poeta)
Rua Manuel António Pina
João Luis Barreto Guimarães (Poeta)
Dia da Árvore: Homenagem da equipe editorial a Cecílio Gomes da Silva no centenário do seu nascimento
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Dia do equinócio da Primavera, o dia 21 de Março é o Dia da Árvore e também da Poesia, o que faz todo o sentido.
Para a equipe da Textiverso, é também o da celebração do centenário do nascimento do Eng. Silvicultor Cecílio Gomes da Silva. Encontra-se na Wikipédia (ler aqui) uma resenha do seu percurso neste mundo, onde marcou presença como indómito defensor da floresta e da natureza.
A Textiverso publicou, postumamente, Viveiros (ver aqui) e Foi assim no Funchal (ver aqui), da sua autoria.
Aproveitamos o ensejo para anunciar o projecto que, em sua homenagem, temos em curso: a publicação, em suporte digital (de livre acesso no nosso site), de uma colectânea de artigos e estudos publicados em revistas da especialidade e na imprensa (nacional e regional), parte dos quais referidos na nota biobibliográfica acima indicada, bem como, entre outros textos inéditos, uma monografia da Quinta da Fonte Santa, constantes do seu espólio. Será um processo em curso, findo o qual temos em vista a sua publicação em suporte impresso.
Deixamos aqui um artigo (dos vários que este Dia lhe mereceu): «Mais um Dia Mundial da Floresta», publicado no jornal TEMPO, 29 de Março de 1984 (e também em O DIÁRIO, 22-3-1984, e no EXPRESSO, 24-3-1984).
Os professores, mais uma vez.
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Os professores, mais uma vez
por J.C. Maia
(crónica publicada no Jornal Torrejano e aqui.)
O mal-estar entre os docentes remonta a 2005, ao consulado de Sócrates e Lurdes Rodrigues, onde o governo de então perpetrou um conjunto de ataques à classe e à própria profissão. Vejamos os motivos do descontentamento actual.
Municipalização do ensino. Os professores temem ficar submetidos às burocracias camarárias, que passariam a superintender a educação, sem conhecimento da realidade educativa. Receiam, e muito, que os concursos de docentes se tornem municipais. A classe não confia em concursos de professores sob a alçada dos municípios.
Tempo de serviço não contado para progressão na carreira. Os professores nunca aceitaram que o tempo em que estiveram congelados não fosse contado para a sua progressão na carreira. São mais de seis anos. Os professores não pedem que lhes seja devolvido o dinheiro que foi cortado nos salários, apenas o tempo que trabalharam.
Estatuto da carreira docente. Na verdade, não há uma carreira docente. Um professor começa a carreira e acaba-a a fazer as mesmas coisas. A ideia de carreira foi um truque dos governos para evitar pagar ordenados decentes, tendo em conta a formação e o papel social dos professores, fazendo-os subir uma longa escada. Até 2005, um professor podia chegar ao escalão mais alto, se cumprisse tudo o que estava determinado, ao fim de 26 anos de profissão. Isto é, já próximo dos 50 anos. A partir de Sócrates/Lurdes Rodrigues, é aos 32 anos, embora muitos professores fiquem retidos muitos anos em dois dos escalões intermédios. A maioria não chegará perto do último escalão. Os docentes contestam também o modelo de avaliação docente, que, na opinião de muitos, e não sem razão, é fomentador de grandes injustiças.
Manutenção de muitos milhares de professores fora dos quadros. Apesar de as escolas estarem sempre a necessitar de professores, as vagas para aceder aos quadros abrem com muita parcimónia. Um truque para manter milhares e milhares de professores, os contratados, fora da carreira, o que implica salários ainda menores.
A concepção de escola dominante. Este não será o menor dos problemas. Aquilo que é exigido aos professores é muito mais do que ensinar alunos. Toda a vida escolar se tornou um imenso exercício de burocracia. Reuniões, planos, projectos, monitorizações, avaliações. Os professores gostariam de ensinar as suas disciplinas, mas isso é desvalorizado pelas políticas educativas. Os professores desejam concentrar-se no básico, ensinar alunos, o Ministério de Educação aposta em criar um inferno burocrático nas escolas.
Desde Sócrates e Lurdes Rodrigues que se anda nisto. António Costa e João Costa não são melhores. O desprezo dos socialistas pelos professores é total. Um dia estoira.
A ESCOLA SAIU À RUA
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A ESCOLA SAIU À RUA
por Ana Isabel Marques e Eduardo Rego
14 de Janeiro de 2023
A crise que vive a classe docente deve-se, na minha opinião, à degradação da imagem do professor, em tempos tão admirado e mesmo acarinhado no seio das famílias. Ao invés disso, hoje em dia é incutida nos mais novos a noção de que o professor não passa de um pobre coitado sem eira nem beira, mal pago e sem qualquer outra opção profissional a não ser dar aulas. Neste contexto, dificilmente um aluno consegue sentir admiração pela figura do professor ou dar importância ao trabalho por este orientado. Está, assim, à partida, quebrado o equilíbrio, absolutamente indispensável para a dinâmica da aula, que assenta na admiração do coletivo da turma pelo professor. E estão lançadas as sementes para o caos e para a indisciplina.
Mas a degradação da imagem do professor é consequência direta de uma série de fatores que concorreram para o desprestígio social desta classe de profissionais: baixos salários, comparativamente com a formação exigida; precariedade dos vínculos contratuais; esmagamento com trabalho burocrático, que compromete o próprio exercício da docência (já para não falar da inevitável perda de hábitos de consumo de cultura); garrote de progressão na carreira; injustiça dos processos de avaliação.
Mas se todos estes aspetos são mais ou menos mensuráveis, outras questões igualmente perniciosas, mas não quantificáveis, ajudam a atear a fogueira em que vai ardendo a classe docente. Refiro-me às tentativas de envenenamento da opinião pública relativamente às verbas afetas à massa salarial dos professores, que faz com que alguns setores da sociedade vejam os quadros de professores como sorvedouros de dinheiros públicos, quiçá responsáveis maiores pela dívida do país.
Acresce a esta imagem o ónus (que só por pudor não é verbalizado mais vezes) da “não produtividade” da classe, uma vez que vivemos tempos mormente orientados para a materialidade de “PIB” e "volumes de exportações". Parece que globalmente nos esquecemos de que ninguém nasce a saber ler e escrever e que é aos professores que devemos a formação do país como um coletivo. Devemos aos professores desde o domínio de aptidões de literacia básicas, às formações mais complexas de profissionais que, em áreas diversas, impulsionam e fazem progredir o país.
E muito mais coisas se poderia dizer sobre tempos ainda mais negros que se avizinham (a colocação de professores com a intervenção dos municípios daria, só por si, um triste e extenso capítulo).
Anos a fio de desconsiderações aos professores conduziram a uma degradação lamentável das condições laborais desta classe – uma espécie de nó górdio impossível de desatar. Seja qual for a ponta por onde se pegue, a única certeza é de que é vital, urgente e imprescindível desfazê-lo, sob pena de, a continuarmos neste rumo coletivo, comprometermos definitivamente uma das maiores conquistas de Abril: a formação e qualificação do povo português.